segunda-feira, 12 de março de 2012

Tempestade solar se dissipa sem afetar redes elétricas e de comunicações

Uma tempestade solar anunciada como a mais forte em cinco anos se dissipou e terminou sem afetar a rede elétrica e os modernos sistemas de navegação, afirmaram na última quinta-feira (8) especialistas dos Estados Unidos.

Uma série de erupções no Sol esta semana emitiu radiação e plasma solar a grande velocidade na direção da Terra, mas, por fim, a tempestade geomagnética registrou o nível mais baixo, G1, em uma escala de cinco.

"Nossos meteorologistas realmente tiveram que lidar com isto", disse Joseph Kunches, cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

A NOAA havia previsto que a tempestade poderia alcançar o nível três ou "forte" e que seria a pior desde 2006. A agência espacial americana (Nasa) havia informado, inclusive, que poderia ser "grave".

"É muito difícil para os meteorologistas, literalmente quase impossível, enquanto observam a ejeção de massa coronal que sai do Sol, poder prever a orientação do campo magnético intrínseco", disse.

Kunches declarou que não houve informações de interrupção dos sistemas de geoposicionamento global (GPS), nem de problemas de energia elétrica, e que a aurora boreal será visível mais ao norte do inicialmente previsto pela NOAA.

No entanto, afirmou, o impacto pode piorar nas próximas 24 horas, enquanto a tempestade continuar.

A NOAA e a Nasa advertiram na quarta-feira (7) que a tempestade poderia afetar os sistemas de navegação GPS, satélites e redes de energia, e que o fenômeno já tinha levado algumas companhias aéreas a mudar as rotas de voo próximas aos pólos.

Segundo a Nasa, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) não foram afetados pela tempestade de radiação.

As tempestades geomagnéticas e de radiação são cada vez mais frequentes à medida que o Sol passar de seu período de atividade mínima para máxima nos próximos anos, mas as pessoas estariam protegidas pelo campo magnético da Terra.

No entanto, alguns especialistas estão preocupados porque, como a dependência da tecnologia de navegação GPS é maior do que era durante o último máximo de atividade solar, poderia haver mais transtornos na vida moderna.

A perturbação começou na noite de domingo em uma região ativa do Sol denominada 1429, com uma grande labareda solar associada a uma rajada de vento solar e plasma, conhecida como ejeção coronal de massa, que se precipitou para a Terra a 6,4 milhões de quilômetros por hora.

Duas erupções solares e uma ejeção coronal de massa na madrugada da quarta-feira desencadearam em seguida forte radiação solar e tempestade geomagnética, ambas no nível três em uma escala de cinco.

A Nasa indicou que a primeira dessas duas erupções - classificadas na potente classe X e dirigidas diretamente para a Terra - foi a maior deste ano e uma das maiores deste ciclo conhecido como mínimo solar, que começou no início de 2007.

De fato, só foi superado por uma mais forte, em agosto passado.

As labaredas solares só causaram breves apagões de raio de alta frequência, segundo a NOAA.

Kunches disse que os meteorologistas estavam tentando equilibrar a necessidade de alertar as pessoas e, ao mesmo tempo, não dar prognósticos que provoquem falsos alarmes.

"Como dar uma boa informação aos usuários para protegê-los e que lhes permita tomar medidas de precaução, sabendo que na realidade poderia chegar a não ser tão grave como se poderia pensar?", questionou.

"Realmente nos preocupa dar falsos alarmes", acrescentou.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brasília tem segunda pior cobertura de saúde bucal entre capitais

Brasília apresenta a segunda pior cobertura de saúde bucal entre as capitais, perdendo apenas para Cuiabá (MT), segundo dados detalhados do Ministério da Saúde sobre o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS), que leva em conta informações oficiais registradas entre 2008 e 2010.

Considerando todo o sistema público de saúde, Brasília obteve nota 5,09, abaixo da média de 5,4 atribuída à saúde pública no país. O governo divulgou nesta semana uma avaliação em relação aos serviços oferecidos pelo SUS. A capital com melhor desempenho foi Vitória (ES) e a pior foi o Rio de Janeiro.

Conforme o detalhamento dos dados do ministério, Brasília apresentou nota 2,08 na cobertura de saúde bucal. Vitória, a capital melhor avaliada considerando todo o sistema de saúde pública, teve nota 9,87. Cuiabá, com pior nota entre as capitais na saúde bucal, obteve 1,3.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, os dados são resultado do "descaso" de governos anteriores. A secretaria também afirma que ampliou o número de dentistas e a cobertura de saúde bucal.

O desempenho da saúde bucal leva em conta, de acordo com o governo, o número de equipes no programa saúde da família e o total de cirurgiões dentistas na atenção básica em relação à população.

Segundo o governo federal, "maior cobertura indicaria maior oferta de serviços de odontologia básica e facilidade de acesso".

A secretaria de Saúde informou ao G1 que o índice de saúde bucal deve apresentar melhora nos próximos levantamentos, em razão dos investimentos feitos na área. A assessoria informou que, em 2011, 179 dentistas foram contratados na rede pública de saúde.

Dados do governo do DF indicam que, na comparação com 2010, houve, no ano passado, um aumento de 35% na cobertura de saúde bucal. Em termos de atendimento, no mesmo período, houve aumento de 5 para 12 (subcategorias de atendimento em saúde bucal), diz a secretaria.

Escovação dental
O ministério traz ainda dados de ação coletiva de escovação dental supervisionada. Neste aspecto, Brasília também aparece com uma das piores notas entre as capitais. Obteve nota 0,20 - Vitória, por exemplo, obteve 6,85.

De acordo com o governo federal, as informações indicam a "proporção de pessoas que tiveram acesso à escovação dental com orientação/supervisão de um profissional de saúde bucal". "Quanto maior o indicador, maior o acesso à orientação para prevenção de doenças bucais, mais especificamente cárie dentária e doença periodontal", afirma o ministério.

IDSUS
Com pontuação que vai de 0 a 10, as aferições do IDSUS 2012 levaram em conta dados repassados pelos municípios e bases de dados nacionais (IBGE, Ipea, entre outros) entre 2008 e 2010.

Ao gerar a nota, o ministério leva em conta o acesso aos serviços do SUS e se esses serviços são prestados em sua totalidade. Esses critérios, ponderados, resultam na nota final (veja os critérios no final deste texto).

Grupos
Ao ranquear os municípios, o ministério os dividiu em seis grupos de acordo com perfis socioeconômico e de estrutura de saúde - no Grupo 1, por exemplo, estão os 29 municípios mais ricos e com estruturas mais complexas; no Grupo 6, as 2.183 menores cidades e com os serviços mais básicos e de baixa complexidade. Considerando as capitais, seis estão no Grupo 2 e as outras 21 estão no Grupo 1.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quinta-feira, 1 de março de 2012

Milhares de pessoas possuem implantes de quadril potencialmente tóxicos

Centenas de milhares de pessoas podem ter recebido próteses de quadril com falhas de design que as deixariam expostas eventualmente a metais tóxicos, segundo uma investigação da BBC de Londres e da revista britânica British Medical Journal (BMJ), divulgada na última terça-feira (28).

O risco surge em articulações de metal sobre outro metal, cujas fricções correm o risco de provocar escapes de cobalto e chumbo no corpo, destacou a pesquisa.

O estudo apontou para a DePuy Orthopaedics, subsidiária do conglomerado médico americano Johnson and Johnson, dizendo que a empresa continuou vendendo essas próteses de quadril mesmo depois de saber do perigo.

O risco de contaminação com chumbo e cobalto das próteses é conhecido desde 1975, quando médicos descobriram que o tecido local reage aos íons e átomos carregados a partir destes metais, disseram os cientistas.

"Os íons também podem ser liberados para a corrente sanguínea, espalhando-se para os gânglios linfáticos, o baço, o fígado e os rins antes de serem excretados na urina", noticiou a revista BMJ.

Testes de laboratório também relacionaram o cobalto a uma condição cardíaca conhecida como cardiomiopatia e identificaram os íons de chumbo como um provável cancerígeno, acrescentou.

O British Medical Journal e o informativo da BBC Newsnight noticiaram ter visto um memorando interno da DePuy, datado de 2005.

"Além de induzir a mudanças potenciais na função imunológica, houve preocupação, durante algum tempo, de que as partículas de desgaste pudessem ser cancerígenas", dizia o texto.

Apesar disso, a "DePuy continuou a comercialização das próteses de quadril do tipo metal sobre metal, com material promocional que não refletia as preocupações internas da empresa", denunciou a investigação do BMJ e da BBC.

Em 2010, a DePuy retirou suas próteses de quadril ASR e promoveu outro design, chamado Pinnacle, como "uma alternativa para a maioria dos pacientes".

No entanto, a Pinnacle também teve problemas provocados pela fricção de metal contra metal e no ano seguinte, os investigadores britânicos advertiram o organismo de controle da segurança sanitária nacional do fracasso desde modelo, segundo o informe.

Não houve resposta imediata por parte da DePuy às acusações.

A investigação culpa os reguladores de saúde americanos e europeus por não responderem às preocupações e, mais ainda, por não estabelecerem um controle dos pacientes que receberam as próteses de quadril que poderiam liberar elementos tóxicos.

"Apesar de estes riscos serem conhecidos e bem documentados por décadas, os pacientes não foram informados sobre sua participação no que efetivamente foi uma grande experiência sem controle", disse a editora de pesquisas do BMJ, Deborah Cohen.

"Esta não é a falha desafortunada para detectar os erros de uma empresa desonesta ou a avaria imprevista de um pequeno número de dispositivos. É a incapacidade de prevenir que toda uma classe de próteses de quadril seja utilizada em centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", acrescentou.

Esta controvérsia vem a público logo após o escândalo mundial provocado por implantes mamários defeituosos. Acredita-se que mais de 400 mil mulheres em todo o mundo tenham recebido implantes fabricados pela empresa francesa PIP, que fechou em 2010 depois da divulgação da informação de que tinham sido produzidas com silicone industrial.

Fonte: UOL - Ciência e Saúde

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cientistas descobrem substância na célula que freia metástase

Cientistas holandeses comprovaram que a perda de uma substância específica promove a metástase em um tipo de câncer de mama em ratos. Essa substância é um receptor celular de dependência -- que controla a morte e a sobrevivência das células. Os resultados foram publicados pela revista científica "Nature".

Uma equipe do Instituto do Câncer da Holanda estudou o papel deste receptor, codificado no gene DCC, na evolução destes tumores mamários em ratos e concluiu que sua existência impede a expansão da doença a outros tecidos, ao atuar como supressor das células do tumor.

Estudos anteriores já haviam antecipado que o DCC (câncer colorretal esporádico, na sigla em inglês) poderia proteger o organismo da aparição do câncer, ao induzir as células cancerígenas à autodestruição.

Este gene participa da morte celular (apoptose) de vários tipos de câncer além do colorretal, um processo do qual participam os receptores de dependência, cuja função é similar a de um sentinela: avaliar o estado das células e notificar que devem iniciar sua autodestruição se existe alguma anormalidade.

A equipe holandesa estudou a evolução de ratos com câncer de mama modificados geneticamente para que carecessem desse gene.

Assim, comprovaram que o processo de autodestruição das células de tumor destes roedores piorava, e elas passaram a sobreviver mais.

Segundo o bioquímico e diretor do Instituto do Câncer da Holanda, Anton Berns, a perda deste gene não afeta o desenvolvimento do tumor primário, mas facilita sua metástases, ou seja, sua aparição em outros tecidos.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Dieta calórica pode ter relação com perda de memória, diz pesquisa

Pesquisadores nos EUA sugerem que uma dieta rica em calorias pode ter relação com a perda de memória.

A equipe da clínica Mayo investigou o efeito de dietas em 1.233 pessoas entre 70 e 89 anos de idade.

Nenhuma tinha demência, mas 163 foram diagnosticadas com deterioração cognitiva leve (DCL), uma condição que pode ser um dos primeiros sinais de doenças como o Alzheimer.

No estudo, os pacientes foram divididos em três categorias, os com baixo consumo de calorias (entre 600 e 1.526 calorias por dia), médio (de 1.526 a 2.142 calorias/dia) e alta (entre 2.142 e 6 mil calorias/dia).

O índice de deterioração cognitiva leve foi então comparado e os resultados apresentados no encontro anual da Academia Americana de Neurologia.

Os pesquisadores não detectaram mudanças nos grupos de baixo ou médio consumo de calorias, mas notaram mais do dobro de incidência de DCL no grupo com alto consumo calórico.

"Observamos um padrão que pode significar simplesmente: quanto maior o consumo de calorias, mais alto o risco de DCL", disse o pesquisador Yonas Geda.

O estudo ainda não foi publicado em um jornal acadêmico e não pode afirmar que uma dieta rica em calorias causa DCL. Pessoas com problemas cognitivos podem ser levadas a comer mais ou algum outro fator pode aumentar a incidência destes dois fenômenos.

Mas o pesquisador sugere que “cortar calorias e comer mais saudavelmente pode ser a forma mais simples de prevenir perda de memória com a idade”.

Fonte: UOL - Ciência e Saúde

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estudo mostra avanço da obesidade em recrutas do Exército

Um estudo feito com dados fornecidos pelo Exército mostra que jovens brasileiros estão cada vez mais acima do peso durante a época do alistamento. Os dados foram reunidos pelo cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e responsável pelo Obesidade Zero, projeto que tem como objetivo eliminar a obesidade no Brasil.

No estudo, foram analisados os índices de massa corporal (IMC) de jovens que entraram no Exército entre os anos de 1957 até 1991. Ao todo, o período reuniu os dados de 2,5 milhões de recrutas, a grande maioria no estado de São Paulo (82,1%).

O IMC usa a altura e o peso das pessoas para saber quanto de gordura elas possuem. Valores acima de 25 indicam sobrepeso e superiores a 30 apontam obesidade.

As medidas foram feitas durante a época do alistamento. Segundo Magnoni, houve um crescimento constante na média de peso dos jovens desde 1957, além do aumento do tamanho do calçado e da altura.

Em 1960, somente 6,6% dos jovens que se alistavam no Exército estavam acima do peso. Trinta anos mais tarde, esse percentual passou para 15,5%. Menos de 1% dos recrutas eram obesos (com IMC acima de 30) em 1960 contra 2,8% em 1990.

Para Daniel Magnoni, a pesquisa reforça a necessidade de controle do peso. “A sociedade precisa pensar a obesidade como doença, não como deformidade no espelho. O obeso não é saudável”, diz o médico. “Antigamente, a obesidade de tipo 3 [IMC acima de 40] sequer aparecia nos dados. Hoje já é uma realidade.”

Ele aponta o sedentarismo e a alimentação muito calórica como principais fatores para o aumento gradativo na média de IMC entre jovens brasileiros, muito deles representados nas estatísticas do Exército no Brasil, onde o alistamento é obrigatório a partir dos 18 anos para homens.

“Os dados estatísticos são verdadeiros, estamos cada vez mais obesos, mesmo entre o grupo daqueles que deveriam estar magros ou sempre estiveram historicamente”, diz Magnoni.

Ainda que a rotina de exercícios promovida no Exército dê conta de reduzir o IMC dos recrutas durante o período militar, Magnoni não se esquece dos jovens não alistados e recomenda o aumento da atividade física e diminuição nas comidas calóricas, como no caso das merendas escolares.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Risco de pesquisa com vírus mortal é alto demais, diz agência dos EUA

Cientistas do NSABB são contra publicação de estudo sobre gripe aviária. Pesquisa se tornou polêmica porque pode ser usada por bioterroristas.

Pesquisadores do Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB, na sigla em inglês) publicaram nesta terça-feira (31) um artigo nas revistas “Science” e “Nature”, no qual se posicionam mais uma vez contra a publicação dos detalhes de uma pesquisa com o vírus H5N1, da gripe aviária, que tem alta taxa de mortalidade entre humanos.

A equipe de Ron Fouchier, do centro médico Erasmus, da Holanda, estuda a transmissão do H5N1 entre mamíferos – inclusive de pessoa para pessoa. O NSABB teme que o conhecimento possa ser usado por bioterroristas para espalhar o vírus mortal.

No momento, a pesquisa está suspensa temporariamente, por iniciativa dos próprios autores. Em um artigo anterior, eles defenderam a publicação dos resultados, alegando que os benefícios desse estudo superam os riscos.

O NSABB reconhece, no artigo, os “claros benefícios” da pesquisa de Fouchier, que deixa os médicos mais preparados para combater a gripe aviária. Ainda assim, acham que não compensa publicar os resultados.

“Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude extraordinariamente alta”, diz o texto, assinado por 22 especialistas de diferentes universidades norte-americanas.

“É uma recomendação sem precedentes para o trabalho nas ciências biológicas, e nossa análise foi conduzida com consideração cautelosa tanto dos benefícios da publicação quanto da potencial ameaça que poderia ocorrer a partir desse precedente”, afirma.

Ainda segundo o artigo, esse é um momento decisivo para a ciência e a opinião de toda a sociedade é válida. “Físicos enfrentaram uma situação similar na década de 1940 com a pesquisa com armas nucleares, e é inevitável que outras disciplinas científicas também enfrentem”, comparam os cientistas.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde