terça-feira, 31 de agosto de 2010

Entrevista de emprego: homens x mulheres

Psicólogos da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, decidiram estudar as consequências para os homens (e para as mulheres) quando eles atuam de forma modesta nas entrevistas de emprego.

No estudo, 132 mulheres e 100 homens - todos estudantes voluntários - viram entrevistas de emprego gravadas em vídeo, feitas com homens e com mulheres. Todos os candidatos eram atores ensaiados e pagos para atuar de maneira similar, dando respostas catalogadas ou não como "modestas", para vagas que aceitavam homens e mulheres, mas que exigiam fortes habilidades técnicas e habilidades sociais.

Segundo a pesquisadora Moss-Racusin, os candidatos nas entrevistas encenadas foram julgados igualmente competentes, mas os homens "modestos" agradaram menos, um sinal de retrocesso social.

A modéstia foi vista como um sinal de fraqueza, uma característica pessoal de baixo nível para homens, que os fez serem considerados de status inferior - algo que afetou negativamente sua imagem sobretudo quando as entrevistadoras eram mulheres. No entanto, a modéstia das mulheres não foi vista negativamente pelos entrevistadores e nem foi associada com qualquer nível de status.

"As mulheres podem ser fracas, enquanto esta característica é fortemente proibida para os homens", conta Moss-Racusin. "Por outro lado, um comportamento dominante é reservado para os homens e proibido para as mulheres. Assim, os estereótipos de gênero são compostos por conjuntos de regras e expectativas quanto ao comportamento de ambos os sexos consistindo em 'deve' e 'não deve' para cada sexo", complementa.

A previsão dos pesquisadores de que os candidatos modestos do sexo masculino teriam de enfrentar a discriminação na contratação, contudo, não foi apoiada pelos experimentos: eles agradaram menos, mas acabaram contratados. Os pesquisadores especulam que isto pode se dar porque o status dos homens é maior do que o das mulheres. Assim, os homens "mais mansos" ganham com o benefício da dúvida e são menos propensos a enfrentar a discriminação na contratação do que as mulheres dominadoras, estas sim, fortemente discriminadas.

Fonte: Diário da Saúde

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