quarta-feira, 28 de março de 2012

Dormir demais ou muito pouco faz mal ao coração, diz estudo

Dormir mais do que oito horas ou menos de seis parece aumentar significativamente o risco de doença cardiovascular, segundo um estudo feito nos Estados Unidos, cujos resultados foram apresentados no último domingo (25) em uma reunião de cardiologistas.

Aqueles que dormem menos de seis horas por noite poderiam ter o dobro de risco de sofrer um ataque cerebral ou infarto. A probabilidade de insuficiência cardíaca aumenta igualmente 1,6 vezes. Ao contrário, os que dormem mais de oito horas por noite veem dobrar o risco de sofrer angina de peito, enquanto que o de desenvolver doença coronariana aumenta 1,1 vezes.

Os cientistas estudaram retrospectivamente 3.019 pessoas com mais de 45 anos que participaram da pesquisa nacional sobre nutrição (National Health and Nutrition Examination Survey). "Desde agora temos uma indicação de que o sonho pode ter um impacto na saúde cardíaca", avaliou o doutor Rohit Arora, professor da faculdade de medicina de Chicago e principal autor do trabalho.

Os pesquisadores afirmam que se trata do primeiro estudo com amostragem nacional representativa da população americana que estabelece uma relação entre a duração do sono e a saúde cardiovascular. As conclusões do estudo foram apresentadas na 61ª conferência anual do American College of Cardiology, reunido em Chicago, Illinois, neste fim de semana.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

terça-feira, 20 de março de 2012

Estudo comprova eficácia da acupuntura para tratar lombalgia

Estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade da rede pública estadual e maior complexo hospitalar da América Latina, demonstra que a acupuntura associada ao tratamento convencional é eficaz para dor lombar crônica.

A lombalgia (dor lombar) é uma das principais causas de afastamento do trabalho. Até 90% das pessoas sofrerão, em algum momento de suas vidas, com este desconforto, que para alguns indivíduos se torna crônico.

O estudo foi realizado pelo Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC com um grupo de 60 pacientes com lombalgia crônica. Sendo que 28 pacientes receberam tratamento convencional, enquanto o restante teve o tratamento convencional associado à acupuntura.

Segundo o fisiatra intervencionista João Amadera, após o término das seis sessões de acupuntura, foi verificado que o grupo que teve o tratamento convencional associado à acupuntura apresentou uma queda significativa na escala de dor.

O tratamento convencional - uso de analgésicos, exercícios e recomendação de posturas corretas para atividades diárias - nem sempre é eficaz para o alívio do dor lombar crônica de alguns pacientes. Amadera afirma que quando estas medidas são insuficientes, recomenda-se a associação de procedimentos não farmacológicos, como exercícios terapêuticos e acupuntura, por exemplo, ao tratamento convencional.

A melhora da dor nos pacientes avaliados persistia após três meses do término do tratamento. Segundo João Amadera, foi possível, por meio deste estudo, comprovar a eficácia da técnica chinesa milenar associada ao tratamento convencional.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

quinta-feira, 15 de março de 2012

Palavras 'baixo teor' e 'light' são proibidas em derivados de tabaco

A resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que causou estardalhaço entre os produtores de fumo ontem, prevê mais uma mudança para os derivados de tabaco.

Além da proibição de aditivos que possam mascarar o aroma ou o sabor original, como a adição das essências artificiais de menta e cravo, por exemplo, também estão proibidas expressões nas embalagens, como 'light', 'baixo teor' e 'suave'.

A agência defende que assim vai banir todas as expressões que possam "induzir o consumidor a uma interpretação equivocada quanto aos teores contidos nos produtos fumígenos".

A regra já valia para cigarros desde 2001, mas só agora afeta os demais produtos, como charutos e cachimbos.

Aditivos

Para confrontar a versão da indústria de tabaco, que se diz prejudicada pela retirada dos aditivos, a Anvisa salientou que a mudança vale apenas para os produtos comercializados no país e não deve afetar os itens destinados à exportação.

O documento da agência prevê tempo de adaptação à norma, no caso dos cigarros, de 12 meses para alteração de rótulos e do processo produtivo e outros seis meses para a retirada dos itens do mercado.

Cigarrilhas, narguiles ou qualquer outro tipo de fumo que usem gosto ou sabor artificial terão prazo de ajuste mais longo, de seis a 18 meses.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tempestade solar se dissipa sem afetar redes elétricas e de comunicações

Uma tempestade solar anunciada como a mais forte em cinco anos se dissipou e terminou sem afetar a rede elétrica e os modernos sistemas de navegação, afirmaram na última quinta-feira (8) especialistas dos Estados Unidos.

Uma série de erupções no Sol esta semana emitiu radiação e plasma solar a grande velocidade na direção da Terra, mas, por fim, a tempestade geomagnética registrou o nível mais baixo, G1, em uma escala de cinco.

"Nossos meteorologistas realmente tiveram que lidar com isto", disse Joseph Kunches, cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

A NOAA havia previsto que a tempestade poderia alcançar o nível três ou "forte" e que seria a pior desde 2006. A agência espacial americana (Nasa) havia informado, inclusive, que poderia ser "grave".

"É muito difícil para os meteorologistas, literalmente quase impossível, enquanto observam a ejeção de massa coronal que sai do Sol, poder prever a orientação do campo magnético intrínseco", disse.

Kunches declarou que não houve informações de interrupção dos sistemas de geoposicionamento global (GPS), nem de problemas de energia elétrica, e que a aurora boreal será visível mais ao norte do inicialmente previsto pela NOAA.

No entanto, afirmou, o impacto pode piorar nas próximas 24 horas, enquanto a tempestade continuar.

A NOAA e a Nasa advertiram na quarta-feira (7) que a tempestade poderia afetar os sistemas de navegação GPS, satélites e redes de energia, e que o fenômeno já tinha levado algumas companhias aéreas a mudar as rotas de voo próximas aos pólos.

Segundo a Nasa, os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) não foram afetados pela tempestade de radiação.

As tempestades geomagnéticas e de radiação são cada vez mais frequentes à medida que o Sol passar de seu período de atividade mínima para máxima nos próximos anos, mas as pessoas estariam protegidas pelo campo magnético da Terra.

No entanto, alguns especialistas estão preocupados porque, como a dependência da tecnologia de navegação GPS é maior do que era durante o último máximo de atividade solar, poderia haver mais transtornos na vida moderna.

A perturbação começou na noite de domingo em uma região ativa do Sol denominada 1429, com uma grande labareda solar associada a uma rajada de vento solar e plasma, conhecida como ejeção coronal de massa, que se precipitou para a Terra a 6,4 milhões de quilômetros por hora.

Duas erupções solares e uma ejeção coronal de massa na madrugada da quarta-feira desencadearam em seguida forte radiação solar e tempestade geomagnética, ambas no nível três em uma escala de cinco.

A Nasa indicou que a primeira dessas duas erupções - classificadas na potente classe X e dirigidas diretamente para a Terra - foi a maior deste ano e uma das maiores deste ciclo conhecido como mínimo solar, que começou no início de 2007.

De fato, só foi superado por uma mais forte, em agosto passado.

As labaredas solares só causaram breves apagões de raio de alta frequência, segundo a NOAA.

Kunches disse que os meteorologistas estavam tentando equilibrar a necessidade de alertar as pessoas e, ao mesmo tempo, não dar prognósticos que provoquem falsos alarmes.

"Como dar uma boa informação aos usuários para protegê-los e que lhes permita tomar medidas de precaução, sabendo que na realidade poderia chegar a não ser tão grave como se poderia pensar?", questionou.

"Realmente nos preocupa dar falsos alarmes", acrescentou.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brasília tem segunda pior cobertura de saúde bucal entre capitais

Brasília apresenta a segunda pior cobertura de saúde bucal entre as capitais, perdendo apenas para Cuiabá (MT), segundo dados detalhados do Ministério da Saúde sobre o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS), que leva em conta informações oficiais registradas entre 2008 e 2010.

Considerando todo o sistema público de saúde, Brasília obteve nota 5,09, abaixo da média de 5,4 atribuída à saúde pública no país. O governo divulgou nesta semana uma avaliação em relação aos serviços oferecidos pelo SUS. A capital com melhor desempenho foi Vitória (ES) e a pior foi o Rio de Janeiro.

Conforme o detalhamento dos dados do ministério, Brasília apresentou nota 2,08 na cobertura de saúde bucal. Vitória, a capital melhor avaliada considerando todo o sistema de saúde pública, teve nota 9,87. Cuiabá, com pior nota entre as capitais na saúde bucal, obteve 1,3.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, os dados são resultado do "descaso" de governos anteriores. A secretaria também afirma que ampliou o número de dentistas e a cobertura de saúde bucal.

O desempenho da saúde bucal leva em conta, de acordo com o governo, o número de equipes no programa saúde da família e o total de cirurgiões dentistas na atenção básica em relação à população.

Segundo o governo federal, "maior cobertura indicaria maior oferta de serviços de odontologia básica e facilidade de acesso".

A secretaria de Saúde informou ao G1 que o índice de saúde bucal deve apresentar melhora nos próximos levantamentos, em razão dos investimentos feitos na área. A assessoria informou que, em 2011, 179 dentistas foram contratados na rede pública de saúde.

Dados do governo do DF indicam que, na comparação com 2010, houve, no ano passado, um aumento de 35% na cobertura de saúde bucal. Em termos de atendimento, no mesmo período, houve aumento de 5 para 12 (subcategorias de atendimento em saúde bucal), diz a secretaria.

Escovação dental
O ministério traz ainda dados de ação coletiva de escovação dental supervisionada. Neste aspecto, Brasília também aparece com uma das piores notas entre as capitais. Obteve nota 0,20 - Vitória, por exemplo, obteve 6,85.

De acordo com o governo federal, as informações indicam a "proporção de pessoas que tiveram acesso à escovação dental com orientação/supervisão de um profissional de saúde bucal". "Quanto maior o indicador, maior o acesso à orientação para prevenção de doenças bucais, mais especificamente cárie dentária e doença periodontal", afirma o ministério.

IDSUS
Com pontuação que vai de 0 a 10, as aferições do IDSUS 2012 levaram em conta dados repassados pelos municípios e bases de dados nacionais (IBGE, Ipea, entre outros) entre 2008 e 2010.

Ao gerar a nota, o ministério leva em conta o acesso aos serviços do SUS e se esses serviços são prestados em sua totalidade. Esses critérios, ponderados, resultam na nota final (veja os critérios no final deste texto).

Grupos
Ao ranquear os municípios, o ministério os dividiu em seis grupos de acordo com perfis socioeconômico e de estrutura de saúde - no Grupo 1, por exemplo, estão os 29 municípios mais ricos e com estruturas mais complexas; no Grupo 6, as 2.183 menores cidades e com os serviços mais básicos e de baixa complexidade. Considerando as capitais, seis estão no Grupo 2 e as outras 21 estão no Grupo 1.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quinta-feira, 1 de março de 2012

Milhares de pessoas possuem implantes de quadril potencialmente tóxicos

Centenas de milhares de pessoas podem ter recebido próteses de quadril com falhas de design que as deixariam expostas eventualmente a metais tóxicos, segundo uma investigação da BBC de Londres e da revista britânica British Medical Journal (BMJ), divulgada na última terça-feira (28).

O risco surge em articulações de metal sobre outro metal, cujas fricções correm o risco de provocar escapes de cobalto e chumbo no corpo, destacou a pesquisa.

O estudo apontou para a DePuy Orthopaedics, subsidiária do conglomerado médico americano Johnson and Johnson, dizendo que a empresa continuou vendendo essas próteses de quadril mesmo depois de saber do perigo.

O risco de contaminação com chumbo e cobalto das próteses é conhecido desde 1975, quando médicos descobriram que o tecido local reage aos íons e átomos carregados a partir destes metais, disseram os cientistas.

"Os íons também podem ser liberados para a corrente sanguínea, espalhando-se para os gânglios linfáticos, o baço, o fígado e os rins antes de serem excretados na urina", noticiou a revista BMJ.

Testes de laboratório também relacionaram o cobalto a uma condição cardíaca conhecida como cardiomiopatia e identificaram os íons de chumbo como um provável cancerígeno, acrescentou.

O British Medical Journal e o informativo da BBC Newsnight noticiaram ter visto um memorando interno da DePuy, datado de 2005.

"Além de induzir a mudanças potenciais na função imunológica, houve preocupação, durante algum tempo, de que as partículas de desgaste pudessem ser cancerígenas", dizia o texto.

Apesar disso, a "DePuy continuou a comercialização das próteses de quadril do tipo metal sobre metal, com material promocional que não refletia as preocupações internas da empresa", denunciou a investigação do BMJ e da BBC.

Em 2010, a DePuy retirou suas próteses de quadril ASR e promoveu outro design, chamado Pinnacle, como "uma alternativa para a maioria dos pacientes".

No entanto, a Pinnacle também teve problemas provocados pela fricção de metal contra metal e no ano seguinte, os investigadores britânicos advertiram o organismo de controle da segurança sanitária nacional do fracasso desde modelo, segundo o informe.

Não houve resposta imediata por parte da DePuy às acusações.

A investigação culpa os reguladores de saúde americanos e europeus por não responderem às preocupações e, mais ainda, por não estabelecerem um controle dos pacientes que receberam as próteses de quadril que poderiam liberar elementos tóxicos.

"Apesar de estes riscos serem conhecidos e bem documentados por décadas, os pacientes não foram informados sobre sua participação no que efetivamente foi uma grande experiência sem controle", disse a editora de pesquisas do BMJ, Deborah Cohen.

"Esta não é a falha desafortunada para detectar os erros de uma empresa desonesta ou a avaria imprevista de um pequeno número de dispositivos. É a incapacidade de prevenir que toda uma classe de próteses de quadril seja utilizada em centenas de milhares de pessoas em todo o mundo", acrescentou.

Esta controvérsia vem a público logo após o escândalo mundial provocado por implantes mamários defeituosos. Acredita-se que mais de 400 mil mulheres em todo o mundo tenham recebido implantes fabricados pela empresa francesa PIP, que fechou em 2010 depois da divulgação da informação de que tinham sido produzidas com silicone industrial.

Fonte: UOL - Ciência e Saúde