segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pesquisa afirma que muitas pessoas não associam o fumo a doenças cardiovasculares

O hábito de fumar não é associado às doenças cardiovasculares como um fator de risco por muitas pessoas em diversos países, segundo estudo apresentado no Congresso Mundial de Cardiologia, que acontece em Dubai até o dia 21 de abril.

Encomendada pela Federação Mundial do Coração e executada pelo Projeto Internacional de Controle do Tabaco (ITC Project, em inglês) e pela Iniciativa contra o Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pesquisa apresentada mostra que 70% dos fumantes chineses, 50% dos indianos e 40% dos holandeses desconhecem que o fumo contribui para o infarto. Os dados são referentes a 2009 e 2010.

Em relação ao Brasil, 24,6% dos fumantes adultos, em 2008, não acreditavam ou não sabiam que o cigarro pode levar ao infarto, segundo pesquisa divulgada na página do ITC na internet.

No Reino Unido, nos Estados Unidos, na Austrália e no Canadá – considerados avançados em sistema de saúde e legislação antitabagista –, quase 50% de pessoas que fumam afirmaram não saber que os fumantes passivos estão sujeitos a um ataque do coração quando expostos ao cigarro.

Apesar das mensagens de advertência em produtos, nenhum país implantou programa de avisos que alertam a população sobre a elevação do risco de uma doença cardíaca no caso de fumantes passivos, disse o chefe de pesquisa do ITC Project, o professor da Universidade de Waterloo, no Canadá, Geoffrey Fong.

Para diminuir os ataques cardíacos relacionados ao fumo, as entidades responsáveis pela pesquisa recomendam o aumento do preço de cigarros e outros derivados, a proibição do fumo em locais públicos e de trabalho e a adoção de estratégias para desestimular o consumo entre jovens.

As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo – o que corresponde a 17,3 milhões de casos por ano, dos quais 87% são decorrentes da à exposição ao fumo.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Hospital de SP testará coração artificial feito no Brasil

Um novo modelo de coração artificial feito no Brasil recebeu autorização para ser testado em humanos. Cinco pacientes já foram escolhidos para receber o aparelho, que foi desenvolvido no Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. As cirurgias serão feitas no próprio hospital, que é uma unidade da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

Os pacientes indicados para a operação têm insuficiência cardíaca aguda ou descompensada e já não respondem bem aos medicamentos, mas devem estar em condições clínicas e psicossociais aceitáveis. A operação é contraindicada para pessoas com mais de 65 anos ou menos de 40 kg, por exemplo.

O “coração artificial auxiliar” tem duas câmeras de bombeamento e quatro válvulas e é o primeiro a ser feito com esta concepção no Brasil, segundo o engenheiro médico Aron José Pazin de Andrade, responsável pelo projeto. Ao contrário de alguns modelos disponíveis, este aparelho não serve para substituí-lo.

O objetivo do aparelho é dar uma sobrevida aos pacientes que estão na fila para um transplante. Pessoas que poderiam morrer em semanas viveram mais tempo, provavelmente o suficiente para receber um novo coração.

O aparelho fica acoplado ao coração, logo abaixo dele, e ajuda a bombear o sangue para o corpo. Para isto, ele precisa de energia elétrica, que é fornecida por uma bateria presa na cintura do paciente. A bateria dura apenas duas horas. No restante do tempo, é possível ligar esta bateria na tomada.

Durante a fase de testes, os pacientes ficarão o tempo todo em monitoração no hospital e não terão alta enquanto não ocorrer o transplante. No futuro, porém, a ideia é que a bateria funcione para dar liberdade aos pacientes.

O coração artificial desenvolvido no Brasil obteve bons resultados nas experiências com animais de grande porte, como bois e cavalos. A licença para os testes em humanos foi cedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Inicialmente, os testes serão feitos com estes cinco pacientes já selecionados. Ao fim do tratamento, o coração artificial será avaliado e, se aprovado, poderá ser usado em outros cinco pacientes. Se aprovado nas duas baterias de testes, o aparelho será liberado.

O custo estimado do coração artificial fica entre R$ 60 mil e R$ 100 mil. Os aparelhos importados, desenvolvidos por empresas privadas, chegam a US$ 300 mil (quase R$ 550 mil).

Além do Dante Pazzanese, o Hospital do Coração (HCor), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Saúde colaboraram na pesquisa.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

terça-feira, 10 de abril de 2012

Estudo detecta variação genética relacionada à obesidade infantil

Como um dos principais problemas de saúde da sociedade moderna, a obesidade tem recebido cada vez mais a atenção do público, especialmente pelo aumento na prevalência da doença entre as crianças. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, a obesidade infantil pode ter uma influência genética maior do que se tem notícia.

O estudo foi publicado nessa semana na versão online da revista científica “Nature Genetics”.

"Este é o maior estudo do genoma da obesidade infantil, em contraste com estudos anteriores que se concentraram em formas mais extremas de obesidade, principalmente relacionados com síndromes de doenças raras", diz o autor do estudo Struan Grant, diretor associado do Centro de Genômica Aplicada do Hospital Infantil da Filadélfia.

"Como consequência, temos definitivamente identificada e caracterizada uma predisposição genética para a obesidade infantil."

A análise de casos incluiu 14 estudos anteriores abrangendo 5.530 casos de obesidade infantil e 8.300 jovens com peso normal, todos de ascendência europeia. A equipe do estudo identificou dois tipos de marcador genético, um perto do gene OLFM4 no cromossomo 13, o outro dentro do gene HOXB5 no cromossomo 17. Eles também encontraram um grau de evidência para duas variantes de outros genes. Entretanto, nenhum desses genes foi totalmente relacionado à obesidade.

"Este trabalho abre novas possibilidades para explorar a genética da obesidade infantil", disse Grant. 

"Muito trabalho resta a ser feito, mas estes resultados podem vir a ser úteis para ajudar a projetar futuras intervenções preventivas e tratamentos para crianças, com base em seus genomas individuais."

Fonte: G1 Ciência e Saúde