quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cientistas descobrem substância na célula que freia metástase

Cientistas holandeses comprovaram que a perda de uma substância específica promove a metástase em um tipo de câncer de mama em ratos. Essa substância é um receptor celular de dependência -- que controla a morte e a sobrevivência das células. Os resultados foram publicados pela revista científica "Nature".

Uma equipe do Instituto do Câncer da Holanda estudou o papel deste receptor, codificado no gene DCC, na evolução destes tumores mamários em ratos e concluiu que sua existência impede a expansão da doença a outros tecidos, ao atuar como supressor das células do tumor.

Estudos anteriores já haviam antecipado que o DCC (câncer colorretal esporádico, na sigla em inglês) poderia proteger o organismo da aparição do câncer, ao induzir as células cancerígenas à autodestruição.

Este gene participa da morte celular (apoptose) de vários tipos de câncer além do colorretal, um processo do qual participam os receptores de dependência, cuja função é similar a de um sentinela: avaliar o estado das células e notificar que devem iniciar sua autodestruição se existe alguma anormalidade.

A equipe holandesa estudou a evolução de ratos com câncer de mama modificados geneticamente para que carecessem desse gene.

Assim, comprovaram que o processo de autodestruição das células de tumor destes roedores piorava, e elas passaram a sobreviver mais.

Segundo o bioquímico e diretor do Instituto do Câncer da Holanda, Anton Berns, a perda deste gene não afeta o desenvolvimento do tumor primário, mas facilita sua metástases, ou seja, sua aparição em outros tecidos.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Dieta calórica pode ter relação com perda de memória, diz pesquisa

Pesquisadores nos EUA sugerem que uma dieta rica em calorias pode ter relação com a perda de memória.

A equipe da clínica Mayo investigou o efeito de dietas em 1.233 pessoas entre 70 e 89 anos de idade.

Nenhuma tinha demência, mas 163 foram diagnosticadas com deterioração cognitiva leve (DCL), uma condição que pode ser um dos primeiros sinais de doenças como o Alzheimer.

No estudo, os pacientes foram divididos em três categorias, os com baixo consumo de calorias (entre 600 e 1.526 calorias por dia), médio (de 1.526 a 2.142 calorias/dia) e alta (entre 2.142 e 6 mil calorias/dia).

O índice de deterioração cognitiva leve foi então comparado e os resultados apresentados no encontro anual da Academia Americana de Neurologia.

Os pesquisadores não detectaram mudanças nos grupos de baixo ou médio consumo de calorias, mas notaram mais do dobro de incidência de DCL no grupo com alto consumo calórico.

"Observamos um padrão que pode significar simplesmente: quanto maior o consumo de calorias, mais alto o risco de DCL", disse o pesquisador Yonas Geda.

O estudo ainda não foi publicado em um jornal acadêmico e não pode afirmar que uma dieta rica em calorias causa DCL. Pessoas com problemas cognitivos podem ser levadas a comer mais ou algum outro fator pode aumentar a incidência destes dois fenômenos.

Mas o pesquisador sugere que “cortar calorias e comer mais saudavelmente pode ser a forma mais simples de prevenir perda de memória com a idade”.

Fonte: UOL - Ciência e Saúde

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estudo mostra avanço da obesidade em recrutas do Exército

Um estudo feito com dados fornecidos pelo Exército mostra que jovens brasileiros estão cada vez mais acima do peso durante a época do alistamento. Os dados foram reunidos pelo cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e responsável pelo Obesidade Zero, projeto que tem como objetivo eliminar a obesidade no Brasil.

No estudo, foram analisados os índices de massa corporal (IMC) de jovens que entraram no Exército entre os anos de 1957 até 1991. Ao todo, o período reuniu os dados de 2,5 milhões de recrutas, a grande maioria no estado de São Paulo (82,1%).

O IMC usa a altura e o peso das pessoas para saber quanto de gordura elas possuem. Valores acima de 25 indicam sobrepeso e superiores a 30 apontam obesidade.

As medidas foram feitas durante a época do alistamento. Segundo Magnoni, houve um crescimento constante na média de peso dos jovens desde 1957, além do aumento do tamanho do calçado e da altura.

Em 1960, somente 6,6% dos jovens que se alistavam no Exército estavam acima do peso. Trinta anos mais tarde, esse percentual passou para 15,5%. Menos de 1% dos recrutas eram obesos (com IMC acima de 30) em 1960 contra 2,8% em 1990.

Para Daniel Magnoni, a pesquisa reforça a necessidade de controle do peso. “A sociedade precisa pensar a obesidade como doença, não como deformidade no espelho. O obeso não é saudável”, diz o médico. “Antigamente, a obesidade de tipo 3 [IMC acima de 40] sequer aparecia nos dados. Hoje já é uma realidade.”

Ele aponta o sedentarismo e a alimentação muito calórica como principais fatores para o aumento gradativo na média de IMC entre jovens brasileiros, muito deles representados nas estatísticas do Exército no Brasil, onde o alistamento é obrigatório a partir dos 18 anos para homens.

“Os dados estatísticos são verdadeiros, estamos cada vez mais obesos, mesmo entre o grupo daqueles que deveriam estar magros ou sempre estiveram historicamente”, diz Magnoni.

Ainda que a rotina de exercícios promovida no Exército dê conta de reduzir o IMC dos recrutas durante o período militar, Magnoni não se esquece dos jovens não alistados e recomenda o aumento da atividade física e diminuição nas comidas calóricas, como no caso das merendas escolares.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Risco de pesquisa com vírus mortal é alto demais, diz agência dos EUA

Cientistas do NSABB são contra publicação de estudo sobre gripe aviária. Pesquisa se tornou polêmica porque pode ser usada por bioterroristas.

Pesquisadores do Painel Consultivo sobre Biossegurança dos Estados Unidos (NSABB, na sigla em inglês) publicaram nesta terça-feira (31) um artigo nas revistas “Science” e “Nature”, no qual se posicionam mais uma vez contra a publicação dos detalhes de uma pesquisa com o vírus H5N1, da gripe aviária, que tem alta taxa de mortalidade entre humanos.

A equipe de Ron Fouchier, do centro médico Erasmus, da Holanda, estuda a transmissão do H5N1 entre mamíferos – inclusive de pessoa para pessoa. O NSABB teme que o conhecimento possa ser usado por bioterroristas para espalhar o vírus mortal.

No momento, a pesquisa está suspensa temporariamente, por iniciativa dos próprios autores. Em um artigo anterior, eles defenderam a publicação dos resultados, alegando que os benefícios desse estudo superam os riscos.

O NSABB reconhece, no artigo, os “claros benefícios” da pesquisa de Fouchier, que deixa os médicos mais preparados para combater a gripe aviária. Ainda assim, acham que não compensa publicar os resultados.

“Nós consideramos que o risco potencial é de uma magnitude extraordinariamente alta”, diz o texto, assinado por 22 especialistas de diferentes universidades norte-americanas.

“É uma recomendação sem precedentes para o trabalho nas ciências biológicas, e nossa análise foi conduzida com consideração cautelosa tanto dos benefícios da publicação quanto da potencial ameaça que poderia ocorrer a partir desse precedente”, afirma.

Ainda segundo o artigo, esse é um momento decisivo para a ciência e a opinião de toda a sociedade é válida. “Físicos enfrentaram uma situação similar na década de 1940 com a pesquisa com armas nucleares, e é inevitável que outras disciplinas científicas também enfrentem”, comparam os cientistas.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde