segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estudo mostra avanço da obesidade em recrutas do Exército

Um estudo feito com dados fornecidos pelo Exército mostra que jovens brasileiros estão cada vez mais acima do peso durante a época do alistamento. Os dados foram reunidos pelo cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e responsável pelo Obesidade Zero, projeto que tem como objetivo eliminar a obesidade no Brasil.

No estudo, foram analisados os índices de massa corporal (IMC) de jovens que entraram no Exército entre os anos de 1957 até 1991. Ao todo, o período reuniu os dados de 2,5 milhões de recrutas, a grande maioria no estado de São Paulo (82,1%).

O IMC usa a altura e o peso das pessoas para saber quanto de gordura elas possuem. Valores acima de 25 indicam sobrepeso e superiores a 30 apontam obesidade.

As medidas foram feitas durante a época do alistamento. Segundo Magnoni, houve um crescimento constante na média de peso dos jovens desde 1957, além do aumento do tamanho do calçado e da altura.

Em 1960, somente 6,6% dos jovens que se alistavam no Exército estavam acima do peso. Trinta anos mais tarde, esse percentual passou para 15,5%. Menos de 1% dos recrutas eram obesos (com IMC acima de 30) em 1960 contra 2,8% em 1990.

Para Daniel Magnoni, a pesquisa reforça a necessidade de controle do peso. “A sociedade precisa pensar a obesidade como doença, não como deformidade no espelho. O obeso não é saudável”, diz o médico. “Antigamente, a obesidade de tipo 3 [IMC acima de 40] sequer aparecia nos dados. Hoje já é uma realidade.”

Ele aponta o sedentarismo e a alimentação muito calórica como principais fatores para o aumento gradativo na média de IMC entre jovens brasileiros, muito deles representados nas estatísticas do Exército no Brasil, onde o alistamento é obrigatório a partir dos 18 anos para homens.

“Os dados estatísticos são verdadeiros, estamos cada vez mais obesos, mesmo entre o grupo daqueles que deveriam estar magros ou sempre estiveram historicamente”, diz Magnoni.

Ainda que a rotina de exercícios promovida no Exército dê conta de reduzir o IMC dos recrutas durante o período militar, Magnoni não se esquece dos jovens não alistados e recomenda o aumento da atividade física e diminuição nas comidas calóricas, como no caso das merendas escolares.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

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