sexta-feira, 13 de abril de 2012

Hospital de SP testará coração artificial feito no Brasil

Um novo modelo de coração artificial feito no Brasil recebeu autorização para ser testado em humanos. Cinco pacientes já foram escolhidos para receber o aparelho, que foi desenvolvido no Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. As cirurgias serão feitas no próprio hospital, que é uma unidade da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

Os pacientes indicados para a operação têm insuficiência cardíaca aguda ou descompensada e já não respondem bem aos medicamentos, mas devem estar em condições clínicas e psicossociais aceitáveis. A operação é contraindicada para pessoas com mais de 65 anos ou menos de 40 kg, por exemplo.

O “coração artificial auxiliar” tem duas câmeras de bombeamento e quatro válvulas e é o primeiro a ser feito com esta concepção no Brasil, segundo o engenheiro médico Aron José Pazin de Andrade, responsável pelo projeto. Ao contrário de alguns modelos disponíveis, este aparelho não serve para substituí-lo.

O objetivo do aparelho é dar uma sobrevida aos pacientes que estão na fila para um transplante. Pessoas que poderiam morrer em semanas viveram mais tempo, provavelmente o suficiente para receber um novo coração.

O aparelho fica acoplado ao coração, logo abaixo dele, e ajuda a bombear o sangue para o corpo. Para isto, ele precisa de energia elétrica, que é fornecida por uma bateria presa na cintura do paciente. A bateria dura apenas duas horas. No restante do tempo, é possível ligar esta bateria na tomada.

Durante a fase de testes, os pacientes ficarão o tempo todo em monitoração no hospital e não terão alta enquanto não ocorrer o transplante. No futuro, porém, a ideia é que a bateria funcione para dar liberdade aos pacientes.

O coração artificial desenvolvido no Brasil obteve bons resultados nas experiências com animais de grande porte, como bois e cavalos. A licença para os testes em humanos foi cedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Inicialmente, os testes serão feitos com estes cinco pacientes já selecionados. Ao fim do tratamento, o coração artificial será avaliado e, se aprovado, poderá ser usado em outros cinco pacientes. Se aprovado nas duas baterias de testes, o aparelho será liberado.

O custo estimado do coração artificial fica entre R$ 60 mil e R$ 100 mil. Os aparelhos importados, desenvolvidos por empresas privadas, chegam a US$ 300 mil (quase R$ 550 mil).

Além do Dante Pazzanese, o Hospital do Coração (HCor), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Saúde colaboraram na pesquisa.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

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