sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cérebro sabota promessas de Ano Novo

Economizar dinheiro, largar o cigarro, emagrecer. A primeira semana do ano ainda nem acabou e muita gente pode estar se perguntando por que é tão difícil manter as promessas feitas na virada.

A culpa é da dopamina, dizem os especialistas. O neurotransmissor, relacionado à sensação de bem-estar no cérebro, é liberado sempre que a pessoa faz compras, fuma ou come guloseimas. Isso atrapalha os planos de longo prazo, aqueles cuja recompensa virá só depois de sacrifícios, como dieta ou alguns meses na academia.

"Quando comemos muito chocolate há uma sensação de prazer intenso e imediato", explica o neurologista Paulo Caramelli. Já numa dieta, a situação muda: "O prazer vai se manifestar de forma diluída e só depois de algum tempo", explica.

O historiador Marcos Florence, 35, queria parar de fumar assim que começasse o ano. A promessa durou seis horas. "Amanheceu e eu já estava com cigarro na mão". Agora, em vez dos 20 cigarros por dia, Marcos reduziu para 15. "Tem que ser homeopático, radical não dá".

O psiquiatra Geraldo Massaro, do Hospital das Clínicas, atribui parte da culpa pelo não cumprimento de promessas à falta de planejamento na hora de fazê-las. "As pessoas não medem com clareza seus objetivos e fazem resoluções muito além de suas capacidades". Segundo ele, o plano deve ser concretizado aos poucos.

Outra medida que ajuda é reconhecer os próprios avanços, presenteando-se com algo prazeroso a cada meta atingida. Vale ir a um bom restaurante ou comprar aquele disco que está faltando na coleção. "Se a pessoa está fazendo algo que vai contra o seu desejo, precisará de uma compensação para criar um desejo substituto", conclui Massaro.

Fonte: Folha.com - Equilíbrio e Saúde

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