terça-feira, 19 de abril de 2011

Falar palavrão alivia a dor

Segundo pesquisadores de uma universidade britânica, dizer palavrões pode ajudar a aliviar a dor, mas apenas em pessoas que não xingam com frequência.

O estudo realizado pelos pesquisadores Richard Stephens e Claudia Umland, da Keele University, em Newcastle-Under-Lyme, Inglaterra, e que será apresentado em maio na conferência anual da British Psychological Society, em Glasgow, na Escócia, confirma os resultados de um estudo feito anteriormente pela dupla onde verificou-se que xingar pode reduzir a sensação de dor, já que, quando diziam palavrões, participantes conseguiam manter suas mãos dentro de baldes contendo água gelada durante mais tempo.

A pesquisa atual verificou se pessoas que diziam palavrões com mais frequência sentem tanto alívio quanto aquelas que xingam menos frequentemente e os resultados revelaram que, os voluntários que tinham o hábito de falar palavrões com mais frequência na vida diária conseguiram menos acréscimo de tempo ao xingar. "A mensagem deste último estudo é interessante. Se por um lado ele diz que xingar, como resposta à dor, pode ser benéfico, também há evidências de que se você xinga com muita frequência em situações do dia-a-dia o poder do xingamento não vai estar lá quando você precisar dele", afirmou Stephens.

Os pesquisadores acreditam que o alívio da dor ocorra porque xingar desencadeia no organismo a chamada reação de luta ou fuga. Eles observaram que houve uma aceleração nas batidas do coração dos participantes que xingavam, uma resposta fisiológica associada ao comportamento agressivo; comprovando, portanto, que dizer palavrões produz não apenas ma resposta emocional, mas também física, ajudando a explicar porque a prática de xingar persiste na humanidade desde tempos imemoriais.

"(A prática de) xingar existe há séculos e é um fenômeno linguístico humano universal. Ela parece ocupar o lado direito do cérebro, enquanto a maior parte da atividade linguística ocorre no hemisfério esquerdo. Nosso estudo aponta uma possível explicação para por que o xingamento surgiu e por que persiste", concluiu o pesquisador.

Fonte: Diário da Saúde

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