terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como o cérebro percebe o tempo

O ano de 2010 chegou como uma surpresa para muita gente. Muitos que nem viram a década de 90 passar. O tempo passou rápido, não é? É como se tivéssemos adiantado o filme da vida. E esse sentimento é, ainda maior, em dezembro e janeiro. É quando percebemos que não conseguimos realizar alguns objetivos no ano que passou, que os velhos hábitos continuam.

A sensação do tempo passando é relativa. A ciência ainda não tem uma resposta conclusiva sobre como isso ocorre em nosso cérebro. Uma teoria sugere que existam algumas células nervosas especializadas em contar intervalos de tempo. Outra sugere que existe uma série de redes neuronais responsáveis por processos fisiológicos que agiriam como um relógio interno.

Mas ambas as teorias concordam que o cérebro não consegue calibrar corretamente eventos que acontecem em intervalos de tempo distantes entre si. Dados experimentais sugerem que o cérebro interpreta o tempo passando mais rapidamente caso você esteja envolvido em uma tarefa desafiadora, que requer mais de você. Por outro lado, trabalhos complexos, mas enfadonhos, causam a sensação de que o tempo se arrasta lentamente.

Interessante notar que a forma pela qual o cérebro fixa o tempo relativo dos eventos é por meio da memória. Quando mais memórias associadas sobre um determinado evento, mais longe parece estar o evento original.

Isso explica a sensação de aceleramento do tempo em janeiro. Resoluções do ano passado que foram esquecidas representam apenas um único estímulo de memória. Ao contrário, as resoluções que saíram do papel e realmente entraram em prática serviram como estímulos independentes, desacelerando o tempo. Enfim, se essa década de 90 passou rápido para você, talvez esteja na hora de parar de sonhar e concretizar novos desafios.

Fonte: G1 Espiral, Alysson Muotri

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