quinta-feira, 4 de março de 2010

O quanto fala um toque?

Gemidos e olhares integram uma comunicação não verbal existente nos seres humanos, e que é pesquisada há anos por psicólogos. Contudo, as pesquisas estão mudando a abordagem e ganha foco uma forma diferente de comunicação sem palavras: o toque ou contato físico.

De acordo com os especialistas, toques breves - uma mão apoiada no ombro ou um toque apavorante no braço - podem transmitir uma ampla gama de emoções, acima dos gestos e expressões faciais, geralmente com mais rapidez e exatidão do que meras palavras.

Uma pesquisa de Tiffany Field, do Instituto de Pesquisa do Toque, em Miami, descobriu que uma massagem de alguém amado pode não só suavizar a dor, mas também acalmar uma depressão e fortalecer um relacionamento.

Alguns experimentos também foram conduzidos pelo pesquisador Matthew Hertenstein e pelos psicólogos da Universidade DePauw, em Indiana, com o auxílio de voluntários vendados que buscavam demonstrar emoções tocando um estranho. O resultado provou que os participantes conseguiram comunicar oito emoções distintas de gratidão e aversão ao amor.

Os estudos terão agora uma direção para verificar o quanto melhora um desempenho pessoal, seja em uma disputa esportiva ou em um escritório. Mas já acredita-se que a redução do estress, gerada pelo toque, aprimora o desempenho. 

Um toque de afeição pode desencadear na liberação de oxitocina, um hormônio que ajuda a criar uma sensação de confiança e a reduzir os níveis do hormônio do estress. As áreas pré-frontais do cérebro, que auxiliam a regular as emoções, podem relaxar, libertando-as para outra de suas finalidades primárias: solucionar problemas. O corpo interpreta um toque de apoio como "Eu vou compartilhar a carga".

O psicólogo James A. Coan, explica que "Achamos que os humanos constroem relacionamentos precisamente por esta razão, para distribuir a solução de problemas entre cérebros, nós nos conectamos para literalmente compartilhar a carga de processamento, e este é o sinal que recebemos quando sentimos apoio através do toque".

Fonte: UOL Folha Online

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