terça-feira, 14 de junho de 2011

Hipnose pode ajudar em cirurgias

Um estudo belga apresentado durante o congresso anual da Sociedade Europeia de Anestesiologia, em Amsterdã, na Holanda concluiu que uma combinação de hipnose e anestesia local para determinados tipos de cirurgias pode ajudar na cura de pacientes e reduzir tanto o uso de medicamentos quanto o tempo de internação em hospitais. O impacto do emprego de anestesia local e hipnose foi avaliado pelos cientistas em operações de certos tipos de câncer de mama e tireoidectomia (remoção total ou parcial da glândula tireoide).

De acordo com a professora Fabienne Roelants, que liderou o trabalho ao lado da Dra. Christine Watremez, ambas da Clínica Universitária Saint-Luc, em Bruxelas, que faz um quarto das operações de mama e um terço das de tireoide por esse método, a redução da percepção da dor e o conforto do paciente são garantidos.

A hipnose é um estado alterado de consciência que se baseia na focalização do olhar em determinado ponto, no relaxamento muscular progressivo ou na recuperação de uma memória agradável. O fato de ela funcionar em casos médicos tem sido demonstrado por vários estudos, inclusive por imagens do cérebro em tomografias por emissão de pósitrons (PET) e ressonâncias magnéticas. O modo exato como esse processo ocorre ainda é discutido. Alguns pesquisadores acreditam que ela impede que as informações cheguem às regiões do córtex cerebral superior, responsáveis pela percepção da dor. Outros defendem que a técnica permite uma melhor resposta à dor, ativando caminhos que a inibam de forma eficaz.

No estudo, pacientes que utilizaram a hipnose e a anestesia local, apesar de terem passado alguns minutos a mais na sala de cirurgia, tiveram uma redução no uso de drogas, assim como no tempo de recuperação e internação em comparação aos pacientes que receberam anestesia geral. Segundo as autoras, a prática poderá ser aplicada no futuro em uma série de outros procedimentos: ginecológicos, oftalmológicos, otorrinolaringológicos, plásticos e contra infertilidade.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

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